Em janeiro de 2025, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um aumento de 0,16%, uma desaceleração em relação aos 0,52% observados em dezembro de 2024. Contudo, essa aparente melhora foi fortemente influenciada por uma redução de 14,21% nas tarifas de energia elétrica, decorrente do bônus de Itaipu. Essa diminuição específica contribuiu com uma deflação de 0,55 ponto percentual no índice geral. Sem essa interferência, o IPCA de janeiro teria alcançado 0,71%, elevando a taxa acumulada em 12 meses para 5,13%, conforme análise do economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE).
É importante destacar que essa redução nas tarifas de energia tem caráter temporário. A partir de fevereiro, as contas de luz retornarão aos patamares anteriores, eliminando esse efeito benéfico no cálculo da inflação. Além disso, outros componentes do IPCA, como alimentos e combustíveis, continuam apresentando pressões inflacionárias, o que pode comprometer o poder de compra da população nos próximos meses.
Portanto, embora os dados de janeiro possam sugerir uma desaceleração inflacionária, é crucial que consumidores e formuladores de políticas econômicas reconheçam a natureza transitória desse alívio. Medidas estruturais e monitoramento contínuo dos preços são essenciais para garantir a estabilidade econômica e proteger o poder aquisitivo da população.